#46_05 pontos de inflexão em minha vida que mudaram meu destino

05 pontos de inflexão em minha vida que mudaram meu destino

Você lembra das suas aulas de matemática o que é um ponto de inflexão ou simplesmente inflexão, pois bem, é um ponto sobre uma curva na qual a curvatura troca o sinal. A curva muda de ter curvatura côncava para cima para concavidade para baixo, ou vice-versa. Vai depender muito do seu comportamento (fazendo uma analogia com o comportamentos humanos), vou voltar, vou permanecer no lugar (estagnar) ou irei avançar?

Todos passamos por momentos de “Ponto de Inflexão” na vida, em que sentimos que algo teria que mudar. É exatamente o momento que sentimos a necessidade de alterar um comportamento ou uma atitude, sob pena das coisas darem errado (voltar para a curva de baixo), ficar parado no lugar (ponto) ou avançar para a curva de cima (ver gráfico). Na matemática, as coisas não são muito diferentes. Para ser mais fácil explicar o que é um ponto de inflexão vou recorrer a um gráfico que nos mostra os lucros da Double H. No eixo horizontal (designado por x) temos a passagem do tempo, no eixo vertical (designado por y) temos os lucros:

Pela análise do gráfico, conseguimos ver que a empresa Double H atravessa um bom momento, uma vez que, à medida que o tempo passa, os lucros estão constantemente aumentando. No entanto, ali no ponto “a” parece que se passou algo. Naquele ponto, alguma coisa mudou no comportamento dos lucros da empresa ou no comportamento do dono dessa empresa. Apesar de se verificar um constante aumento dos lucros, o comportamento do gráfico não é sempre igual. À esquerda do ponto “a” os lucros estavam a aumentar a um ritmo cada vez menor, tive que tomar decisões, tive que mudar. Se essa tendência continuasse, os lucros iriam acabar por diminuir, aqui eu poderia pôr a culpa em várias pessoas, no governo, na chuva, nos dias de sol, nas minhas dores nas costas, em Deus….Felizmente, algo mudou na empresa nesse ponto. Isto porque, à direita do ponto “a” observamos que os lucros começaram a subir a um ritmo cada vez mais acelerado. A esse ponto dá-se o nome de ponto de inflexão. Aqui, exatamente aqui (no ponto), eu poderia ter “fechado a lojinha”, me reuni com o conselho da Double H e traçamos um plano estratégico que movimentou a vida das pessoas (tanto dos colaboradores, quanto dos alunos e professores).

Pensando bem tive 04 pontos desses em toda minha vida, esse relato acima seria meu 05º ponto de inflexão, que aconteceu em Novembro de 2019.

O primeiro deles foi em 1994, onde eu me perguntava se teria ou não condições de realizar minha graduação em Educação Física, pois eu não tinha dinheiro para pagar os estudos. Meus pais se separaram e ficamos a ver navios na época, tive que trabalhar muito cedo para não deixar de ganhar meu dinheirinho e continuar ajudando minha mãe e irmãos em casa, a nadar competitivamente para gerar algum patrocínio e fazendo alguns bicos de final de semana, sempre ligados ao esporte (natação, que sempre foi a minha praia). Acabei conseguindo bolsa de estudos e consegui me formar em 1998. Lembrando que tive uma experiência quase morte em 1996, ou seja, no segundo ano da faculdade, mas isso é uma outra história….

O segundo ponto de inflexão foi a decisão de abrir mão dos meus finais de semana por mais de 1 ano para poder realizar minha Pós-Graduação aos sábados em São Paulo. Eu ainda morava em Santos e todos me diziam que não valia a pena se abdicar de todos os fins de semana em prol de uma especialização em nossa área. Eu me questionava a todo momento e ouvia de tudo: não são todos que fazem, meus Professores mesmo (na época) não fizeram pós, nunca fizeram, não vai dar certo, você não irá conseguir, para que fazer uma especialização? Você já dá aula de Natação e é técnico, não precisa se especializar……

Bom! Acabei realizando a minha experiência de realizar uma pós graduação e fiquei muito feliz por isso. Logo em seguida consegui ingressar em uma das Universidades em Santos, já com o título de Especialista em Atividades Aquáticas.

O terceiro ponto e o mais desafiador ao meu ver foi a decisão de entrar ou não no mestrado da USP. Eu nunca tive muita gente me incentivando a fazer as coisas, na minha família o maior título versava um mero ensino médio ou a faculdade do meu pai. Eu vinha do ensino particular, sem a menor ideia do que era fazer pesquisa. Eu queria ser pesquisador. Tinha esse sonho. Mas precisava passar numa prova de inglês (Pre-Tofel), precisava de um projeto, precisava de um orientador (precisa abrir vaga), precisava passar na prova escrita que continha 2 questões e você teria 4 horas para responde-la (fiquei imaginando o nível de exigência que eles queriam que a gente descrevesse naquela prova), pois o material para estudo para essa prova era de mais ou menos uns 4 livros básicos da área e algumas revistas e uns 8 artigos, aliás, a grande maioria em inglês. Bom, fui lá, encarei, fiquei 2 anos no Laboratório estudando para ver como fazia pesquisa, aprendi com os melhores pesquisadores, cumpri todos os créditos das disciplinas que pude escolher, qualifiquei e me formei Mestre pela USP em 2008.

O quarto ponto de inflexão, foi quando tudo estava calmo e eu bem em cima do ponto de inflexão (tranquilo da vida), resolvi avançar para mais um desafio, sai total da minha zona de conforto, isso já em 2014 e comecei a frequentar outro laboratório, só que agora em Rio Claro – SP. Fui encarar um Doutorado na UNESP. Encontrei jovens pesquisadores e um orientador muito diferente da média, aprendi muito sobre desenvolvimento humano e tecnologia com eles. Os desafios foram quase os mesmos: provas, inglês, disciplinas, artigos e mais artigos, achar um projeto, desenvolver esse projeto, participar de Congressos na área e cumprir todos os prazos e exigências do currículo proposto pela Universidade, tudo isso trabalhando e tentando terminar o Doutorado.

Me formei Doutor em Psicologia do Esporte no início de 2019. Experiência maravilhosa e que valeu muito a pena como formação intelectual, espiritual e profissional.

Sigo adiante, atrás de novos pontos de inflexão. Afinal, sentir-se confortável é a maior prioridade das nossas vidas. Mas vou lhes dizer um segredo que só falo para poucos amigos: conforto é algo supervalorizado. Ele faz com que a pessoa sinta aconchego e segurança, no entanto não lhe permite crescer. Para isso, precisaríamos ampliar nossa zona de conforto. Alguém só consegue se expandir verdadeiramente se estiver fora dessa área. Quanto mais o conforto se torna uma prioridade na sua vida, mais contraído de medo você ficará.

VOCÊ SÓ PODERÁ CRESCER DE VERDADE SE ESTIVER FORA DA SUA ZONA DE CONFORTO.

 

Professor Dr. Caio Gracco

Um comentário sobre “05 pontos de inflexão em minha vida que mudaram meu destino

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *